Real News Reporter

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sem escapatória.




Antes que os defensores do fim do mundo comecem a atirar à cara dos pseudo-optimistas em negação o desprezível Eu bem te disse permitam-me uma nota introdutória:

1. o mundo não vai acabar
2. não vamos morrer todos, só os últimos a acordarem deste pesadelo
3. a Humanidade vai prevalecer
4. apesar de vivermos num paradigma económico decrépito, falido e insustentável existem alternativas.


Agora voltando a Portugal e aos seguidores da seita Isto é apenas uma fase e bastarão apenas alguns anos de cinto apertado e política cristalina como a água da nascente para que tudo passe.

A ignorância pode matar. Neste capítulo os meios de comunicação têm prestado um péssimo serviço nossa nação. Talvez pela ausência de verdadeiro Jornalismo de Investigação dirão uns, falta de recursos dirão outros, ou talvez manipulação deliberada por parte dos seres simbiontes da política e poder económico.

A minha opinião mais tresloucada sobre esta ausência de verdadeiro esclarecimento constata simplesmente que é uma questão cultural de preguiça aliada a uma busca quase negligente pela normalidade (reminiscente dos tempos da ditadura), que é explorada oportunamente pelo binómio do poder político-económico.

Justificação: em primeiro e mais importante: a Internet. Os espíritos mais curiosos e contestatários têm neste momento a ferramenta que daria os sonhos mais molhados aos oprimidos, revolucionários e mentes avidas dos séculos passados.

Segunda: o conhecimento vem sempre até àqueles que se permitem a questionar o mundo e desejam saber mais.

(errata: provavelmente a segunda é mais importante que a primeira)


É preciso acender um rastilho. Não de um barril de pólvora (cada vez mais cheio). Ligar o fusível da realidade talvez seja a metáfora mais apropriada.


Voltando ao Reality Check

eee

A crise da dívida só vai acabar com o colapso do paradigma económico actual. Wooooh! Espeeeectaaaacular dirão os profetas do desenvolvimento sustentado!

- És um alarmista! Dirão os econopoliticomonetaristas mártires do sistema monetário de mercado.

Mais uma vez o fanatismo é um sintoma de ignorância, e como a ignorância pode matar então eles estão todos mortos, os mortos não falam bla bla bla.




Justificação para toda esta indulgência:

O desenvolvimento sustentado é o futuro sim. Os únicos modelos económicos sustentáveis que não vão conduzir à extinção da humanidade são aqueles baseados na gestão dos recursos.

O problema tem sido a meu humilde ver na manipulação de toda a informação fundada cientificamente, fundidas as varetas de combustível em Fukoshima com pseudo ciência altamente tendenciosa.
Muito por culpa de Lobby's ambientais ideologicamente e não racionalmente motivados. A Alemanha é o país onde este movimento tem tido mais implantação e ganho força com um grande empurrãozinho dado pela crise de Fukoshima.

A verdade sobre os Lobby's ambientais e do desenvolvimento sustentado é que se fundem erroneamente e alicerçam-se em nada mais que os jogos de poder e corrupção que tanto criticam, fundamentando-se em  informação científica pouco rigorosa que manipulam a favor da maré da opinião pública.

Objectivo a meu ver: substituir a elite econocrática corrupta actual pela elite científica tecnocrática que à muitos anos espera pelo apelo (Shakespereano para quem viu o Ricardo III) da humanidade condenada para a salvação porque só os detentores do santo sacerdócio da ciência nos poderão conduzir pelo iluminado caminho da salvação.

Quem já leu os Possessos do Dostoievski sabe onde esta elite nos vai levar . Provavelmente a um sítio pior onde a actual nos vai levar... ou não... quem sabe.

Bom e quanto aos econoplastros que nos governam actualmente: são actores numa paródia em que vai acabar de forma trágica com o colapso do do paradigma económico actual.

Mas é precisamente aqui que a porca torce o rabo. Os que querem o fim do paradigma actual e os que mantêm a crença inabalável de que o sistema actual vai levar os indivíduos empreendedores, ousados, criativos e mais capacitados à Terra dos Sonhos ou ao final do arco-íris onde está o comité de boas-vindas de um qualquer partido no poder (representado por um anão vestido com as cores do partido respectivo).

Mentira.

Estamos presos aos carris e o comboio vem a caminho. Ninguém se quer soltar. E já são muitos a fundamentarem de forma clara que esta transição será sem sombra de dúvida a mais dolorosa de sempre na história da humanidade.

Volto a frisar que andam todos a discutir o sexo dos anjos e os Otomanos estão às portas da cidade.

A dívida é o combustível do sistema de mercado e monetário e nós somos o oxigénio num motor cada vez mais gripado.

Argumentos:

Uma dívida estimada (por baixo) de cerca de 700 triliões de euros não pode ser tapada com contenção orçamental ou continuando a imprimir dinheiro que gera dívida para salvar bancos e países insolventes.

Para quem não é génio da economia ou da matemática parece óbvio que a dívida não se paga com dívida e todas as entidades em quem os cidadãos delegam o poder e confiança parecem personagens das Donas de casa desesperadas, uns são casados e dormem com outros, gastam o dinheiro que não é deles para sustentarem as amantes, compram coisas caras com o dinheiro (às vezes sujo) dos maridos, and so on and so on.

E que tal mudarmos de canal? Ou desligar a televisão talvez...

Penso que não será tarde demais. O tempo esgota-se em paralelo com as reservas de petróleo que, o contrário do que tem sido deliberadamente ocultado pelos peões, bispos e torres (ainda ninguém identificou assertivamente o Rei e a Rainha) do xadrez actual.

Talvez não seja possível a ruptura enquanto os cidadãos conscientes passarem pelo processo de comer orar e amar, e depois de se encaixarem no seu lugar no mundo talvez compreendam que não é possível à humanidade contornar as leis da física  com optimismo irracional , que já passamos o ponto de não retorno, e que nos espera num futuro não muito longínquo uma mudança radical, cuja sobrevivência à transição implica tão somente uma elasticidade mental e o retorno à vida essencialmente comunitária.

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